Porque, como já dissemos noutros textos, a “dieta alcalina” está na moda mas existe muita informação menos correcta a circular,
resolvemos fazer uma pequena nota a um artigo publicado no site SAPO.PT, com o título (“Que pH da Água devo escolher: mais alcalino, mais ácido ou mais neutro?“).
A escala do pH, serve para medir a quantidade de iões de hidrogénio numa determinada solução, num intervalo de 0 a 14, sendo 7 o valor neutro. A escala é algorítmica, pelo que um pH 6 é dez vezes mais ácido que um de 7, e um pH 5 será 100 vezes mais ácido do que 7.
No artigo acima indicado, é referido que devemos preferir águas neutras, num intervalo de 6.8 a 7.6. Ora tal não é totalmente correcto, como é explicado atrás, pois estamos a falar de águas com potenciais muito diferentes. E ambos, não são neutros.
É também sugerido, que podemos nos alcalinizar com legumes de folha verde escura, o que é demasiado simplista. Para verdadeiramente nos alcalinizarmos, ou melhor, manter um perfil natural ligeiramente alcalino, devemos levar uma vida harmonioza, longe de focus de poluição, evitar proteína animal e preferir alimentos como cereais integrais (altamente alcalinizante), leguminosas, vegetais (preferencialmente os de rama verde-escura) e alguma fruta.
O artigo refere ainda contra-indicações no que toca à ingestão de água alcalina. Que tipo de água alcalina é que estamos a falar? 8, 9, 10 de pH? O potencial é muito diferente. De facto, a água alcalina é diurética e por isso ajuda a prevenir o aparecimento de cálculos renais, como já comprovado em diferentes estudos. O próprio Rim, sendo um orgão altamente vascularizado, trabalhará melhor num ambiente alcalino, pelo que, a ingestão de água ácida (pH inferior a 7), coloca-o sobre pressão. Mais uma vez, isto também foi revisto por diferentes estudos. E mesmo a hipertensão, pode ser devidamente “tratada” com uma alimentação “alcalinizante”, água incluída.
Fontes:
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/7050706
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24070587
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20054653
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21880837
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20299364